O jornalista e consultor gastronômico Luiz Américo Camargo, um especialista em pães, traz segredos e curiosidades de um símbolo da panificação da Jordânia e do Oriente Médio em geral, o pão pita
Pão pita e homus: dupla clássica nos países do Oriente Médio (foto: Pixabay)
Nossa série Sete países, sete pães se encerra com a Jordânia. Por sete semanas consecutivas, com a assinatura de um dos maiores especialistas em panificação do país, o jornalista e consultor gastronômico Luiz Américo Camargo, nosso blog levou os internautas para sete países, por meio de pães que os representam mundialmente. O autor dos livros Pão Nosso: Receitas caseiras com fermento natural e Direto ao Pão: Receitas caseiras para todas as horas trouxe histórias, curiosidades e dicas de preparo para te proporcionar uma viagem a esses destinos sem sair de casa – ou melhor, da sua cozinha.
Vale lembrar que nossas paradas aqui estão conectadas aos posts de outra série, a Lente de aumento. Ao final desse post, você encontrará o link para visitar outras grandes atrações jordanianas e saber mais detalhes de como planejar sua viagem à Jordânia com a Polvani. Para ler e aprender mais sobre pães, siga o Luiz Américo Camargo no perfil do Instagram @luizamericofcamargo.
PÃO PITA
O pão tipo pita: muitas variantes, prático e de sabor cativante (foto: Luiz Américo Camargo)
É tudo “pão sírio”. Vocês já devem ter ouvido generalizações assim para se referir à multifacetada família dos pães chatos. Só que esse vasto clã se desmembra em muitas variantes. Naan e chapati na Índia, por exemplo, têm características que o lavash iraniano e o saj sírio e libanês (aquele fininho, chamado de “folha”) não têm. Fora isso, não podemos esquecer que a focaccia (italiana) e a coca (espanhola) também integram a turma. E, obviamente, precisamos mencionar que a origem da pizza (provavelmente uma corruptela do termo pita) nos remete aos intercâmbios entre Constantinopla (a Istambul atual) e o Sul italiano, Nápoles em particular. O chamado pão pita, enfim, deixando à parte rivalidades e controvérsias históricas, está presente no dia a dia da Jordânia, de Israel, do Líbano, e de toda esta região. E acompanha de tudo, do café da manhã à última refeição noturna. Seu sabor é direto, cativante, seu formato é prático, e se presta a finalidades e combinações ecléticas.
Um outro aspecto muito sedutor do pão pita é que, muitas vezes, pela facilidade e rapidez de cocção, ele pode ser feito na hora, seja em padarias ou em restaurantes. É um pão que se consome sempre fresco – ou, nos dias seguintes, já como torrada. Não por acaso, o maior consumidor per capita de pães no mundo é a Turquia (130 quilos por pessoa por ano): o pão chato é comido o dia inteiro, e funciona inclusive como talher, para pegar pastas, cozidos, vegetais. Entretanto, por intermédio das imigrações árabes, das grandes colônias estabelecidas nas maiores cidades do Brasil e de muitos outros países, o pão pita parece totalmente incorporado ao repertório alimentar urbano. Está nas mesas e balcões, está nas gôndolas. Eu, particularmente, tenho uma receita de que gosto bastante, publicada no meu livro Direto ao Pão. Simples, buscando ser fiel à proposta original, e que fica ótima no fogão de casa, na frigideira, na chapa ou mesmo no forno.
Interessado em saber mais detalhes sobre caminhos que te levam à Jordânia e ao Oriente Médio? Então consulte este post da série Lente de Aumento, o roteiro Terra Santa ou entre em contato conosco para planejar uma viagem personalizada ao país.
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