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Puglia e Basilicata – Comece em casa a sua viagem à Itália

Atualizado: 6 de mai. de 2020

Lindos cenários litorâneos, rica culinária de frutos do mar, olivais a perder de vista, ruelas medievais e uma arquitetura singular, como a dos trulli e dos sassi.

Se quiser acompanhar o roteiro ouvindo a nossa playlist das duas regiões no Spotify, clique aqui (ou volte para ouvi-la a qualquer hora).


Lecce, na Puglia, e Matera, na Basilicata (fotos: Shutterstock e Pixabay - Sylabo)


Nossa viagem começa por Bari, capital da Puglia, região no calcanhar da bota no mapa italiano. Como muitas cidades ao Sul do país, foi ocupada por diversos povos, a exemplo dos romanos, godos, bizantinos, sarracenos e normandos. A área mais antiga dessa importante cidade portuária do Mar Adriático, a Bari Vecchia, reúne um belo acervo de construções medievais. Entre elas está a Basílica de São Nicolau, que guarda as relíquias do santo, patrono da Rússia, das crianças, dos marinheiros e inspiração maior para o personagem do Papai Noel. Importante ponto de peregrinação religiosa, o templo em estilo românico foi construído entre 1087 e 1197.

Basílica de São Nicolau, em Bari (foto: Wikipédia, Francesco9062)


Na sequência, o roteiro visita Polignano a Mare, localidade construída sobre um complexo rochoso cortado por grutas marítimas. Além da beleza natural, a cidade exibe um rico Centro Histórico, com ruínas da dominação romana, caso da ponte da Via Traiana, construída no século 2 pelo imperador Trajano. Próxima dela, a Ponte Lama Monachile, erguida em 1836 pelo rei das Duas Sicilias Ferdinando II, oferece uma concorrida vista para a pequena praia de Cala Porto.

As construções integradas às rochas e a praia de Cala Porto (com a Ponte Lama Monachile ao fundo), em Polignano a Mare (fotos: Shutterstock e Wikimedia Commons - Carlo Pelagalli)


Na nossa primeira saída para o interior da Puglia, conhecemos Alberobello, destino famoso no mundo todo por causa do seu enorme e singular conjunto de casas brancas com telhados cônicos, os trulli. A pequena cidade reúne cerca de 1.500 deles. Não há consenso sobre a origem desse tipo de construção, mas elas se espalharam pela região durante a Idade Média, erguidas por fazendeiros e pastores com pedras locais e sem uso de ligantes hidráulicos (cimento). Hoje, os exemplares mais antigos datam do século 17.

Os trulli de Alberobello (foto: Shutterstock)


Ainda no Vale de Itria, visitamos Martina Franca, cidade com bela arquitetura barroca, como a observada na Basílica de San Martino (1747). Também é prato cheio para quem gosta de embutidos. O capocollo (copa) e a soppressata (salame) locais são imperdíveis e marcam presença no nosso almoço com frios e queijos típicos.

Basílica de San Martino, em Martina Franca (foto: Wikimedia Commons - Freddyballo)


No dia seguinte, percorremos uma estrada repleta de plantações de trigo e chegamos a Altamura, cidade de origem medieval conhecida pela arte da panificação – e também famosa pela produção de lentilha. Lá, caminhamos pelas ruelas de seu belo Centro Histórico, onde fica a Catedral de Santa Maria Assunta, exemplo de arquitetura românica pugliesa. No fim desse passeio, paramos em uma venda típica para degustar pães e focaccias feitos em forno a lenha.

Catedral de Santa Maria Assunta, Porta Bari (um dos portões medievais de acesso à cidade) e pão típico (fotos: Wikimedia Commons - Tango7174; Wikimedia Commons - Sailko; Needpix - Sferrario1968)


Matera, já na região da Basilicata, é outro ponto especial desse roteiro. Conhecida como “Cidade de Pedras” ou “Cidade Subterrânea”, se destaca pelas construções escavadas nas rochas, os sassi, que chegaram a servir de moradia para 15 mil pessoas. Esses locais apresentam registros de ocupação que datam de até 9 mil anos atrás, fato que coloca Matera no grupo das cidades continuamente habitadas mais antigas do mundo. Tais características singulares contribuíram para Matera obter o título de Patrimônio Mundial da Unesco e a transformaram em cenário de muitas produções cinematográficas. Os sassi abertos aos turistas estão mais concentrados nos dois bairros históricos da cidade, Sasso Caveoso e Sasso Barisano, e no Parque da Murgia Materana.

Matera vista do interior de um sasso e a Praça San Pietro Caveoso, na mesma cidade (fotos: Shutterstock e Needpix - Chatst2)


De volta à Puglia, visitamos Taranto, cidade fundada no século 8 a.C.. No período da Magna Grécia (entre os séculos 8 e 3 a.C.), ela foi uma importante pólis grega, devido à posição estratégica do seu golfo. Lá, conhecemos o Museu Arqueológico Nacional, que abriga uma das maiores coleções de artefatos do referido período. O maior destaque deste acervo fica com os famosos “Ori di Taranto”, conjunto de várias joias elaboradas com ouro. A sequência deste dia de passeio ainda inclui a região de Manduria, famosa pela excelência dos vinhos tintos feitos com a uva primitivo. Numa vinícola dessa área, paramos para um almoço com pratos típicos e a prestigiada bebida local.

Vista de Taranto, com o Castelo Aragonese ao fundo, e joia da coleção “Ori di Taranto” (fotos: Pixabay - Francesco Nigro e Flickr - Francesco Giusto)


Nossa próxima parada nessa viagem é Lecce, situada na zona central da Península Salentina. A cidade ainda exibe marcas arquitetônicas do domínio romano, mas é famosa pelo rico e exuberante acervo de construções barrocas – que lhe valeram a alcunha de “Dama do Barroco”. No nosso passeio, visitamos a Praça Duomo, uma das mais belas do país e endereço da catedral (século 12) e de elegantes palácios.

A Praça Duomo, em Lecce (foto: Wikimedia Commons - Tango7174)


Após o tour matinal pelo Centro Histórico de Lecce, nos deslocamos para Gallipoli. A cidade litorânea é conhecida pelos seus deliciosos pescados, dignos de aplauso. Então por que não aproveitar o tempo para um almoço com aromas e sabores do mar, seguido de uma caminhada pelo Centro Histórico do lugar?

Porto de Gallipoli (foto: Pixabay - Pcdazero)


Para desbravar o extremo Sul da Puglia, começamos com Santa Maria de Leuca, cidade conhecida por suas grutas e cavernas. Na sequência, seguimos viagem pela estrada costeira até a histórica comuna de Otranto. Bem antes dos Aragoneses chegarem na região, em 474 a.C., uma pequena ilha já abrigava uma fortificação grega. Hoje, o local exibe o Castelo Aragonese, construído no século 15. A catedral da cidade, consagrada no século 11, é outra atração desta parada..

Vista geral de Santa Maria de Leuca e, em Otranto, o Castelo Aragonese e a catedral da cidade (fotos: Wikimedia Commons - Mentnafunangann, Carlo Pelagalli e MatthiasKabel)


Nosso roteiro ganha seus ares finais em grande estilo. Na primeira parte do dia, vamos para uma das cidades mais bonitas da Puglia, Ostuni, chamada de Cidade Branca. O título se justifica pelo predomínio da cor nas casas e edifícios locais. Caminhamos pelo agradável Centro Histórico e, aproveitando o ar mediterrâneo, observamos os detalhes que nos remetem para a Grécia e o Sul da Espanha. Após percorrermos estradas com extensos olivais – a Puglia tem a maior produção de azeites do país –, seguimos para Ceglie Messapica, conhecida pelos suas specchie, monumentos neolíticos de pedra. Lá, almoçamos em uma antiga masseria e aproveitamos o momento para degustar bons azeites da região. A volta para Lecce encerra nossa última atividade em grupo.

Vista geral de Ostuni (foto: Flickr - Pug Girl)



Quer saber mais detalhes sobre esse nosso roteiro pela Puglia e Basilicata? Então clique aqui.



 


AS DUAS REGIÕES NO MAPA DA ITÁLIA

Puglia e Basilicata


PUGLIA E BASILICATA EM VÍDEO


Puglia




Basilicata





PUGLIA E BASILICATA À MESA

Alguns sabores marcantes das duas cozinhas


Puglia

Burrata

foto: Shutterstock


A Puglia tem na sua lista de ingredientes típicos um produto que ultrapassou os limites geográficos da Itália e ganhou fama mundo afora. Estamos falando da burrata, aquele queijo fresco com uma camada mais firme que, ao ser rompida, revela um interior muito cremoso, amanteigado – resultado do uso conjunto de leite de vaca e creme de leite no preparo. A parte externa da burrata é muito similar à da mozzarella, outro clássico do Sul da Itália.



Orecchiette

foto: Shutterstock


Maior produtora de trigo da Itália, a Puglia tem um elenco respeitável de massas. Entre as protagonistas estão as orecchiette, pasta em formato de orelhinhas, que se tornaram um símbolo da culinária desta região. Muito comum nas mesas locais, o prato de orecchiette con cime di rapa leva a massa – cozida com a parte superior das folhas de rapa, uma planta de sabor levemente amargo – acompanhada de molho à base de alho, aliche e azeite. Há também uma versão finalizada com migalhas ou pedacinhos de pão tostado.


Basilicata

Salsiccia Lucanica

foto: Shutterstock


A região da Basilicata é famosa pelos seus embutidos. Entre os mais representativos está a salsiccia lucanica, que ficou conhecida nos tempos da ocupação romana e inspirou a luganega, típica no Veneto e na Lombardia. Feita com cortes de porco, sementes de erva-doce e pimenta vermelha em pó, essa linguiça tem fama de ser uma das melhores do país, predicado que pode ser atribuído à qualidade da matéria-prima (os suínos são alimentados com produtos como milho e feijão). Seu sabor intenso dá personalidade aos molhos que coroam massas e polentas.


PUGLIA E BASILICATA EM FILMES

Clique nas imagens para ter mais informações sobre os filmes


O período de doze horas que antecedeu a morte de Jesus Cristo teve como cenário a Basilicata, sobretudo Matera, neste longa dirigido por Mel Gibson. Denso, com cenas de extrema violência e realismo, o filme aborda desde o momento de oração de Jesus no Jardim de Getsêmani à crucificação.


Ben-Hur (2016)

Morgan Freeman, Jack Huston, Toby Kebbell e o ator brasileiro Rodrigo Santoro estão no elenco dessa refilmagem dirigida por Timur Bekmambetov. Matera, na Basilicata, serve de locação para uma boa parte das cenas, que tratam da história de Judah Ben-Hur, um nobre acusado injustamente de traição e condenado à escravidão.


Sei mai stata sulla luna? (2015)

Rica, bem-sucedida, famosa e jornalista de uma conceituada revista de moda, a personagem Guia vê a sua vida de luxo sair da rotina quando recebe, de herança, uma antiga fazenda na região da Puglia. Ao decidir vendê-la, segue até a propriedade, entra em contato com a vida simples e conhece um camponês que desperta sentimentos capazes de mudar o rumo da sua vida.


D. P. A. 2 - O mistério italiano (2018)

O primeiro longa brasileiro a ser filmado na Puglia é destinado ao público infantil. Um grande encontro de bruxos leva os personagens Pippo, Bento e Sol para o Sul da Itália. Eles têm a missão de descobrir a razão do sumiço da feiticeira Berenice e de um grupo de crianças. A aventura se passa em cenários encantadores de localidades como Alberobello, Conversano e Cisternino.



PUGLIA E BASILICATA EM LIVROS


La ferocia (Nicola Lagioia)

O suspense começa com uma jovem caminhando nua e com o corpo coberto de sangue por uma pequena estrada. Poucas horas depois, ela é encontrada morta na entrada de um grande estacionamento. Sua identidade, então, é revelada. Trata-se de Clara Salvemini, filha de um dos mais influentes construtores da região da Puglia. Em princípio, a morte de Clara sugere um suicídio, mas logo essa tese é colocada em xeque. A ligação da protagonista com os negócios do pai e a sua relação com os irmãos conduzem a trama, que revela personagens memoráveis e a tensão de uma família entre o glamour e a tragédia.



I fuochi del Basento (Raffaele Nigro)

O romance histórico-antropológico conta a história de uma família do Sul da Itália durante o conturbado período final da dinastia Bourbon na região, bem como a sua implicação nos turbulentos e confusos movimentos populares da época, provocados por rebeldes, patriotas e briganti (vistos, por muitos, como bandidos). No centro do romance existe o sonho de uma república camponesa, uma saga de sangue e poesia, de eventos surreais, de visões, de afetos cotidianos e devastantes paixões.



Andare per Matera e La Basilicata (Eliana di Caro)

Antes da década de 90, a Basilicata era apenas conhecida por ter sido cenário do filme Cristo si è fermato a Eboli, produzido em 1979 (baseado no livro de Carlo Levi). Na obra cinematográfica, a cidade de Matera foi representada apenas por imagens fortes e doloridas da região, escondendo suas grandes riquezas. Em 1993, os Sassi (rochas) de Matera entraram na lista de patrimônios mundiais da UNESCO e, em 2019, a cidade carregou o status de Capital Europeia da Cultura. O livro de Eliana di Caro é um convite para explorar a ascendente região, num intinerário que passa pelos vários centros da antiga Lucania (Basilicata).




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