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França – Sete países, sete pães

O jornalista e consultor gastronômico Luiz Américo Camargo, um especialista em pães, traz curiosidades e segredos de um ícone da panificação francesa, a baguete

Pães à venda em uma boulangerie francesa (foto: Flickr - Simon)


Nossa série Sete países, sete pães prossegue com a França. Semanalmente, com a assinatura de um dos maiores especialistas em panificação do país, o jornalista e consultor gastronômico Luiz Américo Camargo, nosso blog vai levar os internautas para sete países, por meio de pães que os representam mundialmente. O autor dos livros Pão Nosso: Receitas caseiras com fermento natural e Direto ao Pão: Receitas caseiras para todas as horas trará histórias, curiosidades e dicas de preparo para te proporcionar uma viagem a esses destinos sem sair de casa – ou melhor, da sua cozinha.


Vale lembrar que nossas paradas aqui estão conectadas aos posts de outra série, a Lente de aumento. Toda semana, posts das duas frentes vão abordar um mesmo país. Ao final desse post, você encontrará o link para visitar outras grandes atrações francesas e saber mais detalhes de como planejar sua viagem à França com a Polvani. Para ler e aprender mais sobre pães, siga o Luiz Américo Camargo no perfil do Instagram @luizamericofcamargo.



BAGUETE

Baguete: preparo registrado por lei (foto: Luiz Américo Camargo)


Um amigo francês residente em São Paulo costuma dizer que, ao voltar para Paris, só sente que chegou de fato ao comer a primeira baguete. Faz todo sentido. Uma baguete bem feita carrega tudo o que um pão deve conter: história, tipicidade, aroma, sabor... é um pão que “chama” o queijo, o embutido, a manteiga. A receita francesa “registrada na lei” (sim, existe uma lei, dos anos 90), prevê o uso de farinha branca, água, sal, fermento biológico (obviamente, o natural também é aceito), assada a, preferivelmente, 240 graus. O assunto na França é tão sério que existe uma competição anual, das mais concorridas, para escolher a melhor baguete de Paris. O vencedor conquista a glória da vitória, mas também fama e o direito de fornecer pães, ao longo de um ano, para o Palácio do Eliseu, residência do Presidente da República.

Baguetes numa rua de Paris: possível origem austríaca (foto: Pixabay)


Podemos afirmar que este é um dos pães mais famosos e replicados do mundo. E, no entanto, não é tão fácil fazê-lo. É preciso conciliar profundidade de sabor com cocção rápida, e modelar com precisão. Deve ter leveza, crocância, aguçar o apetite. Eu mesmo levei anos para acertar uma receita que me satisfizesse, e a publiquei em meu segundo livro, o Direto ao Pão. Baguete é um pão do dia a dia e, ao mesmo tempo, pode se tornar uma iguaria. O mais curioso é que esse ícone francês pode ter, na verdade, origem vienense (como, aliás, outras receitas clássicas de pão). O que não tira o brilho dos boulangers: o pão longo e dourado ganhou status de arte, mesmo, a partir do trabalho dos artesãos parisienses, do século 19 em diante. Curiosidade: a casca fina e crocante tem a ver com o advento do recurso do vapor nos fornos, já no século 20.



Interessado em saber mais detalhes sobre caminhos que te levam à França? Então consulte este post da série Lente de Aumento, os nossos tours França e País Basco, Países Baixos, Bélgica e Paris, Coração da Europa e Latineuropeu ou entre em contato conosco para planejar uma viagem personalizada ao país.



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